Cada vez mais uma realidade, e com uma aceleração sem precedentes devido à pandemia, o marketing tem evoluído e sofrido mutações que alguns julgavam ainda longe de chegar.
Se bem que algumas evoluções têm sido postas em prática por algumas empresas de maior dimensão, a pandemia obrigou muitas empresas a desenvolverem soluções do mesmo tipo, independentemente da sua dimensão.
E muitas a fazerem a sua mudança para um mundo digital, algo que era relegado e tido como de menor importância ou que não fazia de todo parte das intenções de empresas e empresários.
Apesar de Portugal ser um país rápido a adoptar tendências e tecnologias, surpreendentemente quando se trata de investir em digital no âmbito das empresas é surpreendentemente lento.
Chega a ser mesmo um dos países com menor taxa de presença digital para as suas empresas e marcas.
E presença digital não significa ter um perfil numa rede social, mas ter uma presença estruturada e activa, mesmo que não inclua um comércio on-line.
Apresentar um serviço, um produto ou uma qualquer solução de forma profissional e mantendo uma interacção com os seus públicos, já pode constituir uma presença junto de alguns públicos.
Se bem que esta solução ainda não constitui totalmente uma presença estruturada e tecnicamente desenvolvida do ponto de vista da actividade digital e das necessidades de um mundo "on-line first", com análise, soluções e conteúdos programados e estruturados em torno de um objectivo ou meta.
Mas desde o início do ano, quem sabe proporcionado pela disponibilidade dos confinamentos, várias publicações viram a luz do dia onde a evolução do marketing, para o nível 5.0, tem sido retratada e explorada.
Naturalmente que o pai do Marketing, Philip Kotler (numa parceria com mais dois autores) publicou o que tem sido o referencial para quem desenvolve e gere estas actividades.
Mas uma coisa fica clara entre todas estas publicações e soluções apresentadas: o Marketing 5.0 não é só uma presença digital do on-line, onde sites e redes sociais assumem-se como a solução.
Apesar da importância do digital, e podendo ser um ponto de partida, todo o nosso mundo está a tornar-se integrado no que se tem apelidado no Marketing de "omnichannel".
Todas as soluções e tecnologias encontram-se cada vez mais integradas e oferecem uma solução unificada para os nossos clientes e todos os públicos.
Para além de facilitarem e automatizarem muitos dos procedimentos e interacções com os públicos das empresas e marcas, nas suas mais diferentes formas, com um tratamento e visão unificada.
Das tecnologias de Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Inteligência Artificial e tantas outras, tudo passa a estar integrado e a colaborar para uma experiência unificada e integrada para o cliente.
E tal como ajuda o cliente, irá contribuir junto dos colaboradores, fornecedores e todos os restantes "stakeholders" (grupos de interesse que integram a actividade da empresa/marca).
Vai permitir que toda a actividade e grupos, sejam valorizados, integrados e optimizados, dando uma resposta mais individualizada independentemente do ponto de contacto com esse público.
Quem sabe assim algumas empresas e actividades poderão finalmente ter ganhos de produtividade, e os respectivos países ganhos em termos de qualidade (empresarial e de vida) - nomeadamente Portugal.
Mas copiar não é o suficiente para colocar em prática uma qualquer solução tecnológica.
Cada estrutura necessita de ter a sua estratégia desenvolvida de acordo com as suas necessidades e produtos, assim como deve integrar as soluções tecnológicas que forma mais úteis para desenvolver e atingir os seus objectivos - tanto para o software como hardware.
Também dentro das organizações passa a ter de haver uma adaptação e adopção de um espírito voltado para a tecnologia.
Teremos também de "espantar" os receios de que esta adopção da tecnologia irá acabar com novos postos de trabalho.
Naturalmente que todos têm de se adaptar e integrar a tecnologia na forma de desenvolver a sua actividade no dia a dia. Só assim poderemos fazer mais e melhor, e ter um incremento no contacto e interacção com os clientes, uma personalização tão necessária nos tempos que correm.
Assim como poderemos passar a ter decisões baseadas em dados e informações mais fiáveis, pois se há algo que a tecnologia nos proporciona é a possibilidade de medir e aferir todas as actividades desenvolvidas.
Mas todas estas actividades devem sempre estar cientes de que o marketing, e as suas actividades, vão para além das actividades de comunicação, e deve ser transversal às actividades das organizações e marcas.
E que desenvolver soluções necessita um envolvimento de equipa e da união de todos nas organizações (mais pequenas ou maiores).
E utilizar a tecnologia, seja com a forma e solução que for, tem de ser uma resposta integrada de toda a organização.
Porque uma "realidade aumentada" se deixar ver que uma organização não funciona de forma integrada, não vai trazer benefícios. Antes pelo contrário.
Num país em que a maior parte das empresas é de pequena dimensão (bem mais de 90%) a ambição deve ser sempre de crescer também de forma sustentável.
Nomeadamente, e sempre que for mutuamente vantajoso, com o desenvolvimento de parcerias e "joint-ventures" que potenciem esse crescimento.
É a altura de nos consciencializar-mos que a união faz mesmo a força, e quanto mais nos unirmos mais todos vamos ganhar.
Se vai ser com o 5.0 depende de todos nas organizações.
Acabando com os "bairrismos" e competições redutoras e que consomem recursos sem nexo.
Abraçando a tecnologia e o que ela nos proporciona de forma estratégica e organizada.
O investimento de hoje vai ser o lucro de amanhã!
Está preparado para os desafios que já chegaram e abraçar todas as soluções e tecnologias?
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